A Assembleia da República chumbou hoje três propostas para legalizar a adopção por casais homossexuais, uma do PS, outra do Bloco de Esquerda e ainda outra dos Verdes. Pela quarta vez em quatro anos, esta maioria parlamentar decidiu que casais do mesmo sexo não podem adoptar crianças legalmente.
Era na bancada do PSD que se depositavam esperanças (e na PCP alguma surpresa, porque iria votar a favor). Os deputados social-democratas tinham liberdade de voto. Apenas sete votaram a favor de duas propostas.
Votos à parte, e porque as contas batem sempre na mesma resposta negativa, não consigo compreender como é que continuam a ser objecto de votação temas como este. Com que autoridade pode um partido decidir se crianças têm ou não direito a uma família? Será o facto de existirem duas figuras parentais do mesmo sexo suficiente para impor que se legisle sobre o assunto? Numa sociedade que defende a diferença e a liberdade, pode votar-se o amor?
E voltando à ideologia: como podemos nós, portugueses, aceitar um Parlamento que se rende à pura ideologia para classificar como inaceitável uma realidade tão comum quanto normal? Resta-nos esperar que uma maioria de Esquerda possa, pelo menos neste assunto, agir com o juízo que a intransigente defesa da liberdade obriga.
Este post serve para explicar que é por estas e por outras que nunca poderei alinhar totalmente com um partido político ou com uma ideologia fechada. E sim, a foto foi escolhida a dedo para mostrar como há famílias felizes com pais do mesmo sexo.
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