Com os olhos do mundo empresarial postos em Lisboa, o senhor presidente da Câmara decidiu brilhar.
No último dia da Web Summit, apareceram pela cidade cartazes alusivos às presidenciais americanas e ao candidato eleito, Donald Trump.
Como alguém dizia, Fernando Medina não resistiu à politiquice. Quis fazer eco da contestação que se fez ouvir na conferência e lançou uma campanha dizendo que, cá por Lisboa, não se fazem muros, mas pontes.
Ora, além do fail do erro ortográfico (os cartazes foram para a rua com “brigdes” em vez de “bridges” e corrigidos posteriormente com um autocolante…), há toda uma oportunidade que se deixou passar. Uma daquelas que, como se diz, era ideal para ficar calado.
Uma das ideias da Web Summit era aproveitar para promover Lisboa. Os encantos naturais da cidade fizeram uma parte do trabalho. Os estrangeiros adoraram a noite lisboeta e renderam-se ao bom tempo. Comeram-se 97 mil pastéis de nata na Web Summit, por amor de Deus!
Mas a coisa não correu inteiramente bem. Primeiro, a desilusão que foi, para muitos, ficar à porta do MEO Arena com bilhete adquirido, por lotação esgotada do espaço. Depois, o fail dos transportes públicos – que mal funcionam para os lisboetas, quanto mais para os milhares que andaram por cá nestes dias.
Faltava só mesmo meter a política piadética ao barulho, aproveitando o tema quente para mandar uma boca. Em Lisboa, fazem-se pontes e não muros. Correu mal pela forma (um major facepalm, Fernando) e pelo conteúdo (há que fazer sempre pontes, com ou sem alguém em qualquer parte do mundo a prometer muros!).
Gerou-se aquela vergonha alheia de quem se sente português pequenino perante a tacanhez ocasional do nosso povo.
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