
DN, 6 Out 2016
É bom quando ganham os melhores.
A frase precisa de ser lida mais uma, outra vez. Porque sim, é verdadeiramente bom quando ganham os melhores. Nisto da eleição para escolher o novo secretário-geral das Nações Unidas, parecia que havia um só candidato, porque só se falava deste. Na verdade, eram mais de 10 os que disputavam o cargo juntamente com António Guterres. Na reta da meta, apareceu ainda a candidatura que nos deixou a pensar que tinha valido o esforço, mas pronto, não é habitual calhar-nos tal sorte e portanto ficamo-nos por aqui.
Surpreendentemente, não. Guterres ganhou mesmo. E é bom quando ganham os melhores. É bom viver num momento (mesmo que tenha a duração de um fósforo) onde o mérito, as capacidades, a preparação e a experiência são motivos de sobra para indicar sujeito A ao cargo x. E não pesam mais os acordos de influência ou a nacionalidade ou a conveniência.
Não nos rendemos à escolha politicamente correcta. Porquê eleger uma mulher? Por ser mulher e a primeira a ocupar o cargo? Mas não sendo o candidato mais apto, deveríamos sequer considerar como argumento o seu género?
O Presidente da República escreveu a linha mais avisada que li e ouvi sobre a vitória de António Guterres. Porque o que esteve sempre em causa era escolher o melhor. The best man (or woman) for the job.