“A vida é uma camisa-de-forças. O importante é saber como vesti-la e como alargá-la um bocadinho mais. Há duas posições que devem ser rejeitadas: a ideia de que a camisa-de-forças é boa e de que não ter alternativa é bom porque assim as pessoas lá de fora controlam a irresponsabilidade genético cultural dos portugueses; e a oposição extrema contrária também não me parece correta. A de que como há uma camisa-de-forças o que devemos desejar é a ausência de qualquer camisa-de-forças e a liberdade absoluta. Ambos os extremos são inaceitáveis.”
João Galamba
Galamba e a errata
O Governo entregou este fim-de-semana uma errata ao documento do Orçamento do Estado 2016 (que suscitou um artigo bem intitulado do Pedro Santos Guerreiro, no Expresso, “A montanha pariu uma errata“). Nada de anormal, não fosse a correcção de uma frase fundamental da política orçamental do Executivo:
Onde se lia “invertendo a política dos últimos anos, perspetiva-se uma redução da carga fiscal em 0,1 p.p. do PIB em 2016”, deve passar a ler-se “invertendo a política dos últimos anos, perspetiva-se uma manutenção da carga fiscal em 2016″.
Já damos o benefício da dúvida nesta substituição discreta de “redução” por “manutenção”. Mas não dá para contornar que, na verdade, a carga fiscal não baixa.
O que causa estranheza, depois desta errata embaraçosa, é qualquer uma das seguintes hipóteses: a) esqueceram-se de mandar a dita errata ao João Galamba; b) o João Galamba anda a ver se os portugueses ainda acreditam que se baixa impostos, quando o próprio Orçamento recuou nesta premissa.
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